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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Senado quer tornar combate ao bullying obrigatório nas escolas

A Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou um projeto que torna lei o combate ao bullying nas escolas. A sugestão é de que o assunto passe a constar na Lei de Diretrizes e Bases (LDB). O assunto segue para ser estudado pela Câmara.

Especialistas criticam a imposição de novos conteúdos à escola, que prejudicam o ensino dos conteúdos já previstos. Nos últimos quatro anos foram acrescidos ao currículo da educação básica sete novas obrigatoriedades.
Se o projeto for aprovado, os estabelecimentos de ensino, públicos ou privados, passarão a ter a incumbência de promover adotar estratégias de prevenção e combate a práticas de intimidação e agressão recorrentes entre os integrantes da comunidade escolar, conhecidas como bullying.
Para o autor do projeto de lei (PLS 228/10), senador Gim Argello (PTB-DF), os efeitos do bullying são deletérios, "causando enorme sofrimento às vítimas" e "a situação é ainda mais grave quando acontece nas escolas, por afetar indivíduos de tenra idade, cuja personalidade e sociabilidade estão em desenvolvimento".
Em sua justificativa, o senador pelo Distrito Federal lembra que o tema, por ser recente, ainda não está previsto na LDB. Para ele, a abordagem nas escolas é necessária, pois o bullying se manifesta de formas diversas, que incluem insultos, intimidações, apelidos pejorativos, humilhações, amedrontamentos, isolamento, assédio moral e também violência física.
O relator da proposta, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse que o projeto vem "em boa hora". Ele sugere providências como a capacitação de professores e interação entre educadores, pais e alunos, mas diz que "por se tratar de uma lei geral, válida para todos os sistemas de ensino, não seria adequado descer a detalhes".
Na reunião desta terça, a comissão também aprovou a realização de uma audiência pública para apresentar e debater os gastos relativos aos anos de 2009 e 2010 - da União, dos estados e dos Municípios - com educação nas suas diversas modalidades, com ênfase na educação básica.
O autor do requerimento, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), quer discutir, no debate, a planilha de custos associado ao Plano Nacional de Educação, e a evolução do número total de alunos no sistema de ensino.

País não tem lei federal específica para o combate ao bullying

O Brasil não tem uma lei federal sobre o combate ao bullying. Um projeto de lei propõe que as ações de combate ao bullying sejam detalhadas na Lei de Direitrizes e Bases da Educação. O projeto aguarda votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. A proposta, de autoria do senador Gim Argello (PTB-DF) quer incluir entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino a promoção de ambiente escolar seguro e a adoção de estratégias de prevenção e combate a intimidações e agressões.
Alguns estados e municípios, no entanto, adotaram leis de combate ao bullying. O Rio Grande do Sul teve a lei que prevê políticas públicas contra o bullying nas escolas estaduais e privadas de ensino básico e de educação infantil sancionada no ano passado. A lei não prevê punições aos estudantes, apenas açõEm Santa Catarina, a lei de combate ao bullying foi sancionada em janeiro de 2009 pelo governador Luiz Henrique da Silveira. O projeto de autoria do deputado Joares Ponticelli (PP) obriga às escolas a criar uma equipe multidisciplinar, com a participação de docentes, alunos, pais e voluntários, para a promoção de atividades didáticas, informativas, de orientação e prevenção.
 A cidade de São Paulo tem uma lei de 2009 sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab que determina que as escolas públicas da educação básica do município deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar. A lei prevê a promoção de ações de prevenção e combate ao bullying, capacitação dos professores e orientação das vítimas “visando à recuperação da auto-estima”.
Outros projetos estão em tramitação para se tornarem leis municipais e estaduais. No Rio, uma lei aprovada ano passado prevê punição das escolas que não denunciarem funcionários e alunos que praticarem o bullying. Aa Assembléia Legislativa aprovou esta semana uma outra lei de caráter mais educativo para a promoção do combate a esta prática nas escolas.
Indenização à vítima de bullying
Em Belo Horizonte, a Câmara Municipal aprovou em segundo turno dois projetos de lei que têm como objetivo impedir trotes violentos e bullying. Segundo a Câmara, o Programa BH Trote Solidário e Cidadão também prevê a conscientização das famílias e das escolas quanto ao problema.
No ano passado, um aluno de um colégio particular de Belo Horizonte foi condenado a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma colega de sala, que foi vítima de bullying. De acordo com o juiz da 27ª Vara Cível de, Luiz Artur Rocha Hilário, “o pagamento estipulado pela Justiça é uma forma de reparar a ofensa que a pessoa sofreu”. De acordo com o magistrado, esta foi a primeira condenação judicial em Minas Gerais por bullying.
A subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Raquel Elizabete de Souza Santos, disse que não existe nenhum programa específico voltado para o combate à prática de bullying no estado, mas que está em fase de implementação um grupo de trabalho entre as secretarias de Educação, de Defesa Social, de Saúde e de Esporte e Juventude para discutir alternativas.
“Antes, teremos que realizar um levantamento-diagnóstico para saber onde há mais casos porque não são todas as escolas do estado que enfrentam o problema. Não podemos generalizar”, disse. A previsão para que a equipe esteja trabalhando, segundo Raquel, é a partir do dia 15 de abril.
Já a diretora da Superintendência Técnica do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE-MG), Maria Guilhermina Nogueira, informou que o órgão não tem normatizações com relação ao problema do bullying.
O vereador Adriano Ventura (PT) tem um projeto de lei que está tramitando na Câmara Municipal de Belo Horizonte contra o bullying. O objetivo é proibir trotes violentos e bullying presencial ou virtual nas escolas da capital, nos ensinos fundamental, médio e superior. O projeto foi aprovado em primeiro turno e aguarda votação no segundo. “Esperamos que a votação aconteça em abril”, falou Ventura.
No Espírito Santo  também tramita projeto de lei para a criação de ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; inclusão de regras normativas contra o bullying no regimento escolar; e integração da comunidade, das organizações da sociedade e dos meios de comunicação nas ações multidisciplinares de combate ao bullying, entre outros.es educacionais.

Então virá a paz

Se crês que o sorriso tem mais força que as armas,
Se crês no poder de uma mão aberta, se crês que o que une os homens é mais que o que os separa,
Se crês que o fato de ser diferente é uma riqueza e não um perigo,
Então, virá a paz!

Se sabes olhar o outro com um pouco de amor,
Se preferes a esperança à suspeita,
Se pensas que quem tem que dar o primeiro passo, no lugar do outro, és tu,
Se o choro de um bebê é ainda capaz de estremecer-te,
Então, virá a paz!

Se podes sentir alegria com o êxito de teu vizinho,
Se crês que o perdão pode mais que a vingança,
Se és capaz de dar teu tempo gratuitamente por amor,
Se, para ti, o outro é sobretudo um irmão,
Então, virá a paz!

Se sabes aceitar as críticas,
Se resistes a colocar a culpa de tudo nos demais,
Se preferes que te façam dano antes de fazê-lo,
Se rechaças a idéia de que és indispensável,
Então, virá a paz!

(poema retirado da obra: Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, de Cleo Fante, p.128)

Então virá a paz

Se crês que o sorriso tem mais força que as armas,
Se crês no poder de uma mão aberta, se crês que o que une os homens é mais que o que os separa,
Se crês que o fato de ser diferente é uma riqueza e não um perigo,
Então, virá a paz!

Se sabes olhar o outro com um pouco de amor,
Se preferes a esperança à suspeita,
Se pensas que quem tem que dar o primeiro passo, no lugar do outro, és tu,
Se o choro de um bebê é ainda capaz de estremecer-te,
Então, virá a paz!

Se podes sentir alegria com o êxito de teu vizinho,
Se crês que o perdão pode mais que a vingança,
Se és capaz de dar teu tempo gratuitamente por amor,
Se, para ti, o outro é sobretudo um irmão,
Então, virá a paz!

Se sabes aceitar as críticas,
Se resistes a colocar a culpa de tudo nos demais,
Se preferes que te façam dano antes de fazê-lo,
Se rechaças a idéia de que és indispensável,
Então, virá a paz!

(poema retirado da obra: Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, de Cleo Fante, p.128)

Frases de amizade

"A amizade é como a saúde: Nunca nos damos conta de seu verdadeiro valor até que a perdemos."


"Um verdadeiro amigo é aquele que entra quando todos os demais se vão."


"Quando te dói olhar para atrás e te dá medo olhar adiante, mira para a esquerda ou a direita e ali estarei, a teu lado."


"Um abraço vale mil palavras. Um amigo mais."


"A amizade é o ingrediente mais importante na receita da vida."


"Amigos são como o vento: às vezes perto, outras longe, mas eternos em nossos corações"


"A amizade não tem preço, não se compra nem se vende porque é um adorno do coração."


retirado de:http://www.belasmensagens.com.br/frases-de-amizade.php

O que não é bullying?

Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying. 
Para Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa. ''Quando o alvo supera o motivo da agressão, ele reage ou ignora, desmotivando a ação do autor'', explica a especialista.

Bullying infantil na escola

                       Bulling infantil na escola
Bulling é uma agressão praticada por uma pessoa ou um grupo de pessoas cujo objetivo é agredir outra pessoa de forma física ou psicológica que não apresenta a capacidade de se defender.
Essa prática do bulling é muito comum nas escolas, e está presente entre crianças e adolescentes de toda classe social.
O bulling inclui xingamentos, apelidos de má fé, agressão física e tudo isso pode trazer sérios problemas emocionais e psicológicos para a vítima.
As vítimas sempre são pessoas que se sentem inferiores, desiguais e que dificilmente pedem ajuda. A pessoa vitima do bulling apresenta medo ou falta de vontade em ir para a escola, o rendimento escolar também é afetado, podendo apresentar depressão.
Tudo isso se deve ao fato de estarem sendo ofendidos, humilhados, excluídos e até mesmo agredidos.
Em relação aos agressores, estes querem serem os centros das atenções, essa atitude pode estar relacionada com influências por parte dos adultos.
Para evitar o bulling é necessário introduzir o tema e conscientizar escolas a respeito do assunto.
Nem toda briga ou discussão entre alunos deve ser considerada bulling, porém exageros e perseguições a uma determinada pessoa já deve ser considerado bulling.
Uma vez identificado o bulling, tanto o agressor quanto a vítima necessitam de orientações.
O bulling divide-se em dois grupos: agressão social e o bulling direto.
O bulling direto é mais comum entre homens, e a agressão social é mais comum entre mulheres e crianças e sua característica é forçar o agredido para o isolamento social.
Características do bulling: espalhar comentários maldosos, intimidar pessoas que se socializem com a vítima, criticar a maneira de vestir da vítima ou a religião, entre outros.
O bulling pode atingir faculdade, locais de trabalho, vizinhos, porém sendo mais comum em escolas.
Professores e diretores devem estar atentos para identificar um caso de bulling, já que as escolas prestam um serviço aos consumidores sendo, portanto responsáveis por atos de bulling que ocorrerem dentro do ambiente escolar.

sábado, 21 de maio de 2011

Perguntas respondidas sobre bullying – Maio 2010

1)    Qual a definição exata de bullying?
Conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento.  É uma relação de covardia, em que há um desequilíbrio de poder.
Uma outra característica importante é o silêncio da vítima .
2)    O bullying pode envolver agressão física? Os casos de violência física mais graves nas escolas, que estão aparecendo ultimamente na mídia, podem ter alguma relação com o bullying? Podem ser casos de bullying que atingiram dimensões drásticas?
O bullying é o tipo de violência predominante nas escolas.  Uma das formas de bullying é física, incluindo empurrar, bater, puxar o cabelo, chutar, destruir material escolar do colega, etc. 
Muitos dos casos de violência na escola, se bem apurados, podem chegar ao bullying como ponto de partida.  E muitas vezes sáo  uma reação ao bullying sofrido por muito tempo, e a vítima resolve reagir por vingança ou por não suportar mais.
Veja exemplos:
O jovem Samuel Teles da Conceição, 17 anos, morreu depois de ter sido agredido dentro da sala de aula em Silva Jardim (RJ). Segundo familiares, o motivo da agressão teria sido o corte de cabelo da vítima.
 “ Esses meninos tinham mania de quando a criança cortasse cabelo,  tinha uma brincadeira de dar tapinha, dar soco na cabeça. No dia que o meu primo foi cortar o cabelo, eles começaram a dar tapinhas, socos, e ele achou ruim. Então eles pegaram e juntaram mais de dez meninos e começaram a espancar ele dentro da sala de aula”, explicou a prima de Samuel, Patrícia Teles.  A tia do menino diz que mesmo depois da agressão, ele continuou indo às aulas e não contou logo para os pais porque tinha medo. “Ele foi ameaçado. Os garotos disseram que, se ele contasse, aí é que eles iam espancar ele mesmo”, afirmou a tia. Muito abalada, a mãe reclama da falta de segurança dentro da escola. “Todas as crianças têm direito de estudar, mas não de ser espancado pelo filho de ninguém”, desabafou ela.01/09/98  www.globo.com
Setembro de 2009
A violência nas escolas continua fazendo vítimas. Em São Joaquim da Barra (SP), um menino de apenas 9 anos apanhou de colegas dentro da escola e depois quando saía das aulas.
Segundo informações obtidas pela reportagem, o garoto costumava ser alvo de chacotas por parte dos colegas por ser gago.
O menino chegou a ser pisoteado enquanto estava caído no chão.
Machucado, chegou em casa e escondeu o ocorrido da família, mas na última quinta-feira (17) acabou passando mal na escola e foi levado ao hospital da cidade.
Está internado em Ribeirão Preto com uma lesão grave na coluna cervical e ferimentos pelo corpo, principalmente na cabeça. A polícia suspeita que os agressores sejam da mesma idade da vítima.
O motivo da briga ainda não foi esclarecido mas já se fala em bullying.
Mas é preciso ficar atento pois nem todo tipo de violência na escola se refere ao bullying.  Há diversos outros fatores que resultam em violência.
3)    Por que o bullying está aparecendo mais nos últimos anos? Estão fazendo mais estudos, as pessoas estão procurando saber mais sobre o assunto ou o número de casos está aumentando?
Não acho que o bullying esteja realmente aumentando nos últimos anos.  Ele sempre existiu, mas não recebia muita atenção porque era considerado uma brincadeira entre alunos, sem maiores consequências.
Alguns casos brutais, como o de Columbine e o da Virginia Tech, ambos nos EUA, com um enorme número de mortes entre alunos e professores, chamaram a atenção para o bullying. Infelizmente foi necessária uma grande tragédia para despertar o interesse e as pesquisas.
Existe um tipo de bullying, o cyberbullying ou bullying virtual, este sim novo.  Utiliza os meios eletrônicos, computadores e celulares, para praticar o mesmo tipo de comportamento, só que agora de forma virtual.

4)    Existe algum padrão de personalidade dos praticantes ou vítimas? Por exemplo, as vítimas seriam os alunos “diferentes” ou não pode ser feita esta generalização?
VÍTIMA
  • Normalmente calada, cautelosa, sensível
  • Insegura, pouca confiança em si, baixa auto-estima
  • Ansiosa ou deprimida
  • Tem poucos amigos e é socialmente isolada
  • Tende a ser fisicamente mais fraca que seus pares (especialmente os meninos)
  • Os pais tendem a ser superprotetores
O aspecto mais óbvio da personalidade de uma vítima é a sua aparência (gorda, ter orelha grande, usar roupas diferentes, orientação sexual diferente, etc). 
Para Olweus, o pioneiro nos estudos e pesquisas de bullying  o que torna alguém ‘presa fácil’ é a união das características físicas com as psicológicas, como isolamento, falta de comunicação com outras crianças, por exemplo.
Vários autores afirmam, a partir de considerações teóricas e pesquisas de campo, que afalta de habilidade para fazer amigos e manter boas redes de amizade é na verdade o elemento crucial para tornar uma criança vulnerável ao bullying.
BULLY
  • Agressivo
  • Visão positiva sobre a agressão
  • Problemas em seguir regras
  • Pouca empatia pelos outros
  • Habilidades sociais inadequadas
  • Raiva é a emoção predominante
  • Provavelmente vive num ambiente familiar instável
Estas são características gerais e devemos tomar muito cuidado para não rotular estes alunos.  Gosto muito de um trecho de Barbara Colorosso, autora importante nos EUA:
“Os bullies vêm nas mais diferentes formas e tamanhos: alguns são grandes, alguns são pequenos; alguns são brilhantes, outros nem tanto; alguns são atraentes e outros nem tão atraentes assim; alguns são bastante populares e outros simplesmente detestados por quase todo mundo.  Você nem sempre pode identificar um bully pela sua aparência, mas poderá certamente pelo forma COMO AGEM.”
5)    Como a escola e os pais devem tratar este assunto, tanto para prevenção quanto para solução?
Acredito que o primeiro passo é um trabalho sério de conscientização a respeito do bullying.  Ainda estamos muito impregnados com os mitos de que o bullying não passa de brincadeiras dos jovens e crianças, que faz parte da vida, que obriga os alunos a se tornarem fortes numa sociedade competitiva. 
Enquanto não estivermos convencidos de que bullying não é brincadeira, pouco se fará.
As escolas precisam aceitar o fato de que todas têm bullying.  A boa escola é aquela que admite isto e empreende ações para combatê-lo.
As escolas precisam capacitar-se para entender e intervir em casos de bullying.  Deve ter uma política anti-bullying clara, que prevê as sanções para cada caso.
O Mato Grosso do Sul acaba de aprovar uma lei que obriga todas as escolas a se capacitarem e terem programas anti-bullying.  Vamos ver se sai do papel!
Os pais também precisam conhecer o assunto, estar atentos a sinais de que seu filho ou filha pode estar sendo alvo de bullying ou praticando bullying. Na grande maioria das vezes, a vítima manterá o silêncio sobre o que está acontecendo, então fique atento a seu comportamento.
Ao saber que a criança é vítima, os pais devem manter a calma, escutar o que o filho fala e tentar encontrar uma forma de agir.  Sempre procurar a escola, nunca intervir diretamente com o outro aluno ou sua família.
6)    Qual a responsabilidade dos pais na criação de uma criança que sofre ou pratica bullying? Qual é a melhor forma de educá-los para evitar estas situações?
O bullying é um comportamento aprendido.  Ninguém nasce praticando bullying.  É claro que existem alguns traços inatos de personalidade que podem tornar uma criança um bully em potencial, mas o ambiente em que vive desempenha um papel fundamental.
Se a criança ou jovem vive num ambiente em que a agressividade é normal (entre os pais, entre os irmãos, dos pais com os filhos) e que é a forma de resolver as situações… Se a criança náo aprendeu sobre empatia, sobre respeitar as diferenças, sobre compaixão… Se a criança foi abusada em algum momento da sua vida… Se os comportamentos errados não são corrigidos… Se é uma criança ou jovem que não aprendeu a conviver com limites…  O caminho para o bullying está já pavimentado!
A forma de evitar que seu filho se torne um bully é a mesma forma de educar em todos os outros aspectos.  É com disciplina, com autoridade (e não autoritarismo), com amor incondicional, com respeito.  É corrigindo quando vê o filho agindo de forma errada, tratando mal empregados, colegas e os próprios pais.  É ter um ambiente caloroso em casa, mas regrado.
7)    Quando um caso se torna suficientemente grave para ser levado a um profissional da área psicológica? Ou seja, até quando os casos podem ser resolvidos através de diálogos em casa e na escola?
Na maioria das vezes o caso pode ser resolvido com orientação adequada na escola e em casa, se família e educadores estiverem preparados e usarem o bom senso.  Só o fato de revelar o que está acontecendo, traz um grande alívio.  A família e a escola terão que avaliar até que ponto aquela vítima está profundamente afetada pelos acontecimentos, qual a repercussão em sua autoestima.  É bom lembrar que em geral estas crianças carecem de habilidades sociais e que um acompanhamento psicológico seria bastante proveitoso para torná-la mais segura e sociável.
8)    O bully também precisaria de tratamento? A prática do bullying caracteriza algum tipo de desvio?
Acredito que a grande maioria dos alunos que pratica bullying é fruto de circunstâncias desfavoráveis em que estão envolvidos (lares desestruturados, pais muito permissivos, comunidade violenta, mídia violenta, preconceito, ciúmes, influëncia do grupo, desejo de ser aceito, etc etc…) e que precisam de ajuda da mesma forma que as vítimas.  Podem ser orientados e acompanhados para  desaprenderem o comportamento.
Muitas vezes também podem precisar de uma psicoterapia, para aprender a lidar com um temperamento inflamado, com a dificuldade de aceitar limites e regras, etc.
Acontece também, entre os bullies, haver aqueles que apresentam o que se chama detranstorno de conduta e que, em alguns casos, se tornarão os psicopatas da vida adulta.  Estes exigem um acompanhamento mais severo, psiquiátrico inclusive.  Mas, felizmente, de acordo com a minha experiência de 30 anos em escolas, estes são minoria!
9)  Recentemente um aluno da sétima série de Minas Gerais foi condenado a pagar uma indenização de R$8.000 a uma colega vítima de bullying praticado por ele. Esta é uma boa maneira de tratar o tema?
Acho que esta é uma forma de mostrar que comportamentos inaceitáveis têm consequências.  Uma forma de acabar com a impunidade.
No entanto, acredito ser melhor tentar resolver a questão dentro da escola, procurando a direção e exigindo uma solução.  Infelizmente a grande maioria das nossas escolas não está preparada para agir nestes casos, por falta de capacitação mesmo.
O caminho judicial deve ser a opção final porque é moroso, caro e também deixa marcas nos envolvidos.
10) Quais são as possíveis conseqüências da prática do bullying, tanto para o praticante quando para a vítima? Como uma criança que foi humilhada quando criança se desenvolve? Que tipo de problemas pode apresentar na vida adulta se não receber tratamento? E quanto ao bully, como ele se desenvolve? Que tipo de problemas ele pode apresentar na vida adulta?
Vítimas
  • Baixa auto-estima
  •  Dificuldades de aprendizagem
  •  Absenteismo
  •  Queda do rendimento escolar
  •  Doenças psicossomáticas
  • Sentimentos negativos e desejo de vingança
  • Pode desenvolver comportamentos agressivos ou depressivos
  • Ansiedade
  • Stress
  • Idéias de suicídio
A vítima pode levar esta baixa autoestima por toda a vida, tendo dificuldades de relacionamento na vida adulta, tendência a depressão e isolamento.  Há pessoas que ficam traumatizadas para sempre.  Outros conseguem superar e ter uma vida normal.
BULLY
  • Experimenta a sensação de consolidação de suas condutas autoritárias
  • Distanciamento e falta de adaptação aos objetivos escolares
  • Supervalorização da violência como forma de obter poder
  • Desenvolve habilidades para futuras condutas delituosas
  • Propensão a adotar comportamentos delinquentes: uso de drogas, porte ilegal de armas, furtos, gangues, etc.
  • É grande a relação entre o bullying e a criminalidade (Olweus)
O agressor, ou bully, se não for orientado, tenderá a repetir estes comportamentos como adulto, nas suas relações pessoais, familiares e profissionais.